quarta-feira, 6 de junho de 2012

Lição de Cidadania


LIÇÃO DE VIDA PARA O OCIDENTE

A carta abaixo foi escrita por um imigrante vietnamita, que é policial no Japão (Fukushi), ao seu irmão, no exterior:

Querido irmão,

Como estão você e sua família? Estes últimos dias têm sido um verdadeiro caos. Cada um de nós está trabalhando umas 20 horas por dia e mesmo assim, gostaria que houvesse 48 horas no dia para poder continuar ajudando a resgatar as pessoas.
Estamos com pouca água, pouca eletricidade e as porções de comida diminuem a cada dia. Atualmente estou em Fukushima, a uns 25 quilômetros da usina nuclear. Tenho tanto a contar que, se fosse contar tudo, essa carta se tornaria um verdadeiro romance sobre relações humanas e comportamentos, durante tempos de crise.

As pessoas, aqui, permanecem calmas.  Seu senso de dignidade e seu comportamento são muito bons, assim, as coisas não são tão ruins como poderiam ser.  O governo está tentando fornecer suprimentos pelo ar enviando comida e medicamentos.
Ontem à noite, fui enviado para uma escola infantil para ajudar uma organização de caridade a distribuir comida aos refugiados. Havia uma fila muito longa  e percebi um garotinho de, aproximadamente, 9 anos. Ele estava usando uma camiseta e shorts.
Estava ficando muito frio e o garoto estava no final da fila. Fiquei preocupado se, ao chegar sua vez,  não houvesse mais comida. Então, fui falar com ele. Ele contou que estava na escola quando o terremoto ocorreu. Seu pai trabalhava perto e dirigia-se para a escola, naquele momento. O garoto, que se encontrava no terraço do terceiro andar, viu quando o tsunami levou o carro do seu pai.
Perguntei sobre sua mãe, e ele respondeu que sua casa ficava bem perto da praia, portanto, sua mãe e sua irmãzinha, provavelmente, não haviam sobrevivido. Ele virou a cabeça para limpar uma lágrima quando perguntei sobre sua família.

O garoto estava tremendo. Tirei minha jaqueta de policial e coloquei sobre ele. Foi ai que a minha bolsa de comida caiu. Peguei-a e entreguei a ele. “Quando chegar a sua vez, a comida pode ter acabado. Assim, aqui está a minha porção. Eu já comi, agora, coma você!
Ele pegou a minha comida e  fez uma reverência. Pensei que iria comer, imediatamente, mas ele não o fez. Pegou a bolsa de comida, foi até o início da fila e colocou-a onde todas as outras comidas estavam postas para serem distribuídas.
Fiquei chocado.  Perguntei-lhe o motivo de não haver comido e ele respondeu: “Porque vejo pessoas com mais fome do que eu. Colocando a comida lá, eles irão distribuir igualmente para todos.”
Quando ouvi aquilo, me virei para que as pessoas não me vissem chorar.
Uma sociedade que pode produzir uma pessoa, de 9 anos, que compreenda o conceito de sacrifício para o bem maior deve ser uma grande sociedade, um grande povo!

Ha Minh Thanh






Um comentário:

  1. Olá Bom Dia...
    Sou Diretor de Turma e queria apresentar um projeto que desenvolvo não só com meus alunos da Direção de Turma, mas como também de toda a escola. É o Clube de Leitores “Entre Páginas”. Acesse o nosso blog e conheça nosso projeto. Por meio da leitura vamos aumentando conhecimento e criando novas possibilidades de aprendizagem!
    Acesse: http://clubeentrepaginas.blogspot.com.br/
    Seja seguidor do nosso blog, participe de nossas enquetes e concorra a livros superbacanas.
    “Contos de fadas são a pura verdade: não porque nos contam que os dragões existem, mas porque nos contam que eles podem ser vencidos”.
    G. K. Chesterton

    Um grande abraço a todos.
    Cosme Alves
    Idealizador do Clube

    ResponderExcluir